Assif Osman

“Este livro surge num momento oportuno. Moçambique busca um novo percurso, cinquenta anos após a conquista da sua independência política. O texto aponta para dois destinatários distintos: para a elite política, que detém as rédeas do poder em todo o seu espectro (oposições incluídas), para que se olhem ao espelho e reconheçam que, em cinquenta anos, com as suas instituições e infraestruturas, não lograram alcançar os objectivos traçados pelos libertadores, congregados numa Frente de Libertação. Mas também convoca os jovens nascidos e criados após a independência, mostrando-lhes que não basta identificar os erros dos seus pais, reclamar e permanecer inertes.”

Lourenço de Rosário

“Assif Osman fez neste seu livro Os I’s do Futuro um consistente diagnóstico de Moçambique, no qual as ambivalências, as tensões e dissonâncias entre formalidades e práticas resultam que a análise, ainda que profunda e contida do fenómeno, apresenta uma incógnita política sobre o modelo institucional a ser seguido. Certamente, esta incógnita é a essência incómoda de toda a análise deste livro. Porquê as instituições moçambicanas não funcionam na prática em coerência com o seu quadro jurídico formal?”

Jorge Ferrão

“Li este livro muito refrescante e de grande acuidade e actualidade, escrito por Assif Osman. Com esta obra, ele convoca-nos a repensar o desenvolvimento de Moçambique a partir de dois eixos determinantes e também "portas de acesso ao progresso", que são as instituições e as infraestruturas. Com muita objectividade e elegância, ele expõe o percurso seguido, faz uma crítica madura dos processos ocorridos e, principalmente, lança visões e propostas ousadas para o futuro. Assif procura quebrar paradigmas obsoletos na aventura de ir para além do trivial, encarando as instituições e as infraestruturas como os motores do desenvolvimento e factores primordiais para cristalizar a unidade nacional, a integração territorial, o desenvolvimento económico, a coesão social, a estabilidade política e a sustentabilidade ambiental. Pela transversalidade da temática abordada e pela pertinência para a análise da economia contemporânea de Moçambique, aconselho vivamente que leiam este livro instigante de Assif, que acredito que não deixará nenhum leitor indiferente.”

Salim Cripton Valá

“Achei interessante a forma como abordaste temas delicados com equilíbrio e profundidade, sem cair na denúncia fácil nem na ingenuidade redentora. A tua escrita tem o condão de ser, ao mesmo tempo, didáctica e inspiradora. Consegues transmitir ideias complexas com clareza e tens a maturidade de quem sabe que reformar um país começa por compreendê-lo com empatia, mesmo nos seus bloqueios. A Parte I, sobre as instituições, está bem estruturada. Identificas com precisão os ciclos viciosos e virtuosos, distingues o que é estrutural do que é conjuntural, e fazes uma leitura honesta da trajectória institucional de Moçambique, sem cinismo nem condescendência. Gostei do modo como integras referências teóricas (como Acemoglu ou Douglass North) com o contexto moçambicano. E apreciei, sobretudo, a tua capacidade de olhar para o futuro com exigência, mas sem arrogância. A Parte II, sobre a integridade, é o coração moral do livro e, talvez, o seu gesto mais ousado. Num tempo em que tantos acham natural a corrupção, tu tens a coragem de defender, com serenidade, que sem integridade não há contrato social que aguente. Dizes isso com convicção, sem cair na moralização vazia. E isso, Assif, é raro. Nota-se que falas com conhecimento, mas também com esperança.”

José Norberto Carrilho